segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O envelhecimento da população brasileira e seus desafios




O envelhecimento da população brasileira e seus desafios

Patrick Cândido, estudante do 6° período do curso de Jornalismo da Faculdade Araguaia-Goiânia-Goiás
Patrick Cândido-Artigo- Até a pouco, em termos demográficos, o adjetivo “jovem” vinha quase que automaticamente conjugado com o que se denominava de  “Terceiro Mundo”. E Terceiro Mundo vinha associado à subdesenvolvimento. Subdesenvolvimento, por sua vez,  trazia à tona  outra expressão carregada de negativismo e até ameaças: “explosão demográfica”. Já o que se denominava de “Primeiro Mundo” vinha com equilíbrio populacional e até com “cabelos brancos” como símbolos de maturidade e de progresso.

Deste confronto entre Primeiro e Terceiro Mundos, parecia emergir uma conclusão lógica: para resolver seus problemas sócio-econômicos e políticos o Terceiro Mundo deveria ser subsidiado para assumir o mais rapidamente possível os pressupostos ideológicos que estariam dando certo no Primeiro Mundo. Desenvolvimento só seria viável com controle da natalidade.   Já vimos que hoje, com razão, se distinguem os idosos “jovens” dos idosos, “idosos”. Ou seja, além da idade cronológica, é preciso ter presentes as várias etapas e as diferentes circunstâncias que marcam a vida das pessoas de mais idade.

Na busca de uma melhor compreensão dos fatores determinantes, ainda que sabidamente todos eles habitualmente atuem de forma conjugada, talvez convenha sinalizar alguns que se colocam com maior evidência e outros que nem sempre são devidamente avaliados. No tocante aos primeiros, bastam alguns acenos. No que se refere aos segundos, convém fazer algumas distinções e considerações um pouco mais desenvolvidas.

Entre os fatores em maior evidência em nossos dias se coloca naturalmente o patrimônio genético.

Embora haja uma forte tendência para o reducionismo, no sentido de remeter ganhos e perdas automaticamente e quase que exclusivamente para a genética, não há como negar sua influência na provável longevidade. E naturalmente junto com os fatores genéticos não podem ser negados os fatores biológicos, que, de uma maneira ou de outra, vão imprimindo suas marcas físicas e psíquicas mais ou menos acentuadas. 

Tão ou mais importantes do que os fatores assinalados, são aqueles que nem sempre são devidamente avaliados, e que no entanto exercem um peso importante na configuração de uma velhice bem, ou então mal sucedida. Entre esses fatores sobressaem alguns de cunho pessoal, na linha da psicologia e da afetividade, e outros de cunho mais social e na linha das denominadas políticas públicas. De qualquer forma, uma adequada abordagem  da velhice exige que se supere uma compreensão homogênea de uma fase da vida que, como todas as outras, carrega consigo as marcas de uma grande heterogeneidade. Daí a conveniência de acenar para as diferentes expressões dos rostos das pessoas de idade. 

A originalidade do processo de envelhecimento da população brasileira  não se manifesta apenas por coordenadas histórico-culturais, nem somente pela freada brusca da natalidade. Uma análise serena, que propicie uma serena busca de superação dos problemas, não pode esquecer muitos outros fatores que remetem para a história das pessoas, naturalmente sempre entendidas dentro de um contexto sócio-político e cultural. Concretamente isso significa que a história pessoal, com sua multiplicidade de variáveis, pode ser marcada de maneira predominante por emoções e afetos positivos ou negativos. O cultivo de emoções positivas propicia um mais alto grau de autoestima. Essa contribui para que as pessoas se sintam impelidas a comportamentos saudáveis, que por sua vez vão impulsionar um envelhecimento mais bem sucedido.

Entre os fatores pessoais não podem igualmente ser esquecidas as convicções religiosas e o maior ou menor cultivo da espiritualidade. A abertura à transcendência e às relações saudáveis com Deus e com o próximo, com certeza, asseguram um envelhecimento bem sucedido, ainda que nem sempre livre de provações e contradições. Pois é a espiritualidade que vai propiciar o encontro com um sentido de vida, indispensável para uma vida saudável, justamente quando se acentua a perda da força física e eventualmente também das forças psíquicas

Nenhum comentário:

Postar um comentário